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Jayme Matarazzo: "Minha vontade de ser par é gigantesca!"

jayme (Foto: Marcelo Correa)

Como se dizia antigamente, Jayme Matarazzo é um rapaz de família. “Não me acho careta, me considero educado ao extremo. Mas isso parece estar fora de moda”, acredita o ator de 27 anos, que há pouco estava no ar como o Maurício da novela Sangue Bom. Tímido, ele se empolga ao longo da entrevista e diz que a consultora de moda Luiza Tellechea, 25, que namora há um ano, é a parceira perfeita para iniciar sua família, sonho que aguarda com ansiedade para realizar. “Quero ter uma família gigantesca e ultrapassar meu pai no número de filhos”, revela, referindo-se ao diretor de núcleo da TV Globo Jayme Monjardim, 57, também pai de Maria Fernanda, 26, André, 15, e Maysa, 3.


Jayme Monjardim Matarazzo Filho, ou Jayminho, como é conhecido, iniciou a carreira interpretando o pai na minissérie Maysa: Quando Fala o Coração (2009), sobre a vida da avó, a cantora Maysa, morta em 1977, aos 40 anos, num acidente de carro. Ao revisitar a história da família, ele fez descobertas. “O mais dolorido foi me colocar dentro da história do meu pai”, diz. “Vi seus dramas, como sua infância foi difícil.” Nesta entrevista, Jayme também conta que espera as férias para viajar para o Japão com Luiza. E que não é “perfeito”. “Fui a pior criança do mundo”, diz.



Já tomei muitos porres. Adoro beber com a minha galera"


QUEM: Maurício foi seu quarto mocinho. Teme ser sempre escalado para o mesmo tipo de papel?

Jayme Matarazzo:
Os personagens que fiz são bons moços e sinto um orgulho danado de saber que eles são responsáveis por passar bons exemplos. O Maurício é muito íntegro, quase um lorde moderno. Acho até que ele se parece mais com um príncipe do que o próprio príncipe Felipe, que fiz em Cordel Encantado. Temos em comum o mesmo caráter generoso e bondoso.


QUEM: Você parece ser certinho. Nunca sai da linha e toma um porre, por exemplo?

JM:
Claro, já tomei muitos porres. Adoro beber com a minha galera, fico descontrolado assistindo a jogo de futebol... A última coisa que sou é perfeito. Fui a pior criança do mundo. Zoava o prédio inteiro e era aquele que todo mundo sabia que fazia as coisas erradas. No colégio, fazia muita cagada, mas sempre alguém levava a culpa por mim. Eu tinha cara de bonzinho. Aproveitei tudo que tinha que aproveitar, mas, desde que fiz 18 anos, passei a ser mais responsável.



QUEM: Você se acha careta?

JM:
Não me acho careta, me considero educado ao extremo. Mas isso parece estar fora de moda. Os valores estão muito invertidos. Parece que o valor mais importante hoje é ostentar. As redes sociais levaram as pessoas a se mostrar mais do que são. Vejo as pessoas serem personagens na vida real. Sempre serei eu, com meus erros e meus acertos, e tenho uma estrada gigante para aprender. Sou corajoso, aventureiro e curioso.


jayme (Foto: Marcelo Correa)

QUEM: Que lado seu as pessoas não conhecem?

JM:
Sou muito tímido e tento me preservar o tempo todo. Acho que a timidez é irmã da insegurança, mas não me considero inseguro. Sou um cara cada vez mais corajoso.


QUEM: Você se tornou ator depois de interpretar seu pai na minissérie sobre sua avó. Já conhecia a história dela até aquele momento?

JM:
Eu sabia da importância dela, conhecia as músicas, mas a minissérie me fez descobrir e me aproximar da essência dela. Foi descobrindo a história dela que me identifiquei com ela como neto. Tudo aconteceu de forma muito bonita, foi uma descoberta para todos nós. Meu pai deu uma aula para todos os filhos e a minissérie até mesmo nos aproximou.



Minha vontade de ser pai é gigantesca"


QUEM: Esse processo foi dolorido para você?

JM:
O mais dolorido foi me colocar dentro da história do meu pai. Conhecer a história dele mudou minha visão sobre a vida. Eu me tornei mais compreensivo e amoroso com ele. Vi seus dramas, como sua infância foi difícil. Meu pai sempre protegeu os filhos de qualquer tipo de dor. Talvez tenha sido porque ele experimentou de perto a dor e a solidão (o diretor Jayme Monjardim ficou dos 8 aos 16 anos em um colégio interno, longe da família). A parte bonita do processo foi saber como ele superou suas dificuldades. Entendi que minha avó era uma pessoa maravilhosa, mesmo com seus erros. Ela foi importante para a sociedade brasileira e para a música. Ela mostrou que as mulheres podem ser autossuficientes, que devem estar inseridas na sociedade e que podem fazer arte com a mesma liberdade que os homens.


QUEM: O sobrenome Matarazzo tem bastante peso na sociedade paulistana. Por que escolheu adotá-lo profissionalmente?

JM:
Eu havia acabado de sair da minissérie e estava conhecendo um pouco da família. Ambos os meus sobrenomes trariam responsabilidade, mas com o Matarazzo eu me tornava um pouco mais independente artisticamente em relação a meu pai, por isso acabei fazendo essa escolha. Foi uma tentativa de dizer para mim mesmo e para todo mundo que esse caminho é meu.


jayme (Foto: Marcelo Correa)

QUEM: Mas você conhece a história dos Matarazzo?

JM:
Eu me aprofundei nesse conhecimento também durante a minissérie. Foi a parte da minha família que realmente não conheci. Tive muito pouco contato com eles durante minha infância. Da mesma forma que tive um tempo para conhecer a história da minha avó, vou ter para conhecer a história do meu avô e acho que isso está próximo de acontecer.


QUEM: Você é muito ligado às recordações que tem?

JM:
Muito (mostra uma medalha que carrega no peito). Foi minha avó materna que me deu. Tem escrita a frase “Durma bem e reze”, que ela sempre diz aos netos. Junto tem as iniciais D e W, Duda (Lauer) dela, e W do meu avô Waldemar (Lauer). Com eles, aprendi lições de como enfrentar a vida com coragem e força. Meu avô é meu herói. Ele tem 88 anos e hoje tem a saúde frágil. Por causa do trabalho, não os vejo com a frequência que gostaria. Temos uma sintonia espiritual e busco sentir a proteção deles diariamente.


QUEM: Você tem três irmãos. É ligado a eles?

JM:
Meus irmãos são muito iluminados e é uma delícia ser o mais velho. Minha irmã Maria Fernanda, 26, é minha companheira para tudo. Sempre fomos amigos. O Dedé eu carreguei no colo. Sinto uma responsabilidade enorme em guiar ele. Ele está na fase de sair, curtir e namorar... Já a Maysa tem 3 anos e é um presente de Deus para a família. É uma menina iluminada. A casa do meu pai é o ponto de encontro dos irmãos. Ele ama cozinhar e faz almoços para todo mundo.


QUEM: Já planeja formar sua própria família?

JM:
Eu me sinto ansioso para isso. Minha vontade de ser pai é gigantesca, mas minha responsabilidade é maior ainda. Ainda preciso de um pouco mais de tempo. Quero ter uma família gigantesca e ultrapassar meu pai no número de filhos. Hoje, acho que tenho a meu lado uma pessoa que me instiga muito, que me faz sonhar com esse plano de uma forma mais segura. Enxergo a Luiza como a minha companheira, a mãe dos meus filhos, e não tenho o menor pudor de falar isso.


QUEM: Vocês já moram juntos?

JM:
Não, ela mora na casa dela e eu moro na minha. Moramos no mesmo condomínio e dividimos as casas nos dias da semana. A Lu é fantástica, ama tomar café da manhã junto, cozinha muito bem. Eu cuido do trabalho sujo: faço compras, vejo obra, faço pagamentos. Agora, quando eu conseguir tirar férias, eu e a Luiza queremos muito ir ao Japão. Também, depois de quatro anos de muito trabalho, a única coisa que penso é ir para o outro lado do mundo, ser mais um na multidão.


jayme (Foto: marcelo correa)

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