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Miguel Thiré relembra trabalho de garçom em Londres: "Derramei vinho tinto em clientes"

Miguel Thiré (Foto: Divulgação)

Miguel Thiré está pronto para mais uma empreitada no horário nobre. Ele, que atuou em Porto dos Milagres, em 2001, na mesma faixa, agora volta à Globo em Em Família, após três anos sem atuar em novelas. Na trama de Manoel Carlos, que promete ser a última do autor, o ator viverá Gabriel, um médico que namora a personagem de Bianca Rinaldi e é sócio de Felipe (Thiago Mendonça), irmão de Helena (Julia Lemmertz).


Em conversa com QUEM, o ator, que recém-casou com a assessora de imprensa Carol Fanjur, falou sobre sua veia artística, direção, o período que morou em Londres e sobre a sua expectativa para o novo trabalho. "Estou muito feliz de poder fazer esse trabalho que todos dizem que será a última novela do Manoel. Sempre gostei da perspicácia na construção dos personagens e de diálogos, principalmente. Ele escreve para a boca do ator e topa esse jogo entre autor e ator, de você propor coisas e ele vai percebendo e jogano em cima. Adoro esse tipo de troca em todos os trabalhos. Acho que ele tem muito essa sensibilidade", afirmou.


E quando o assunto é troca, Miguel sabe muito bem o que fala. Afinal, o ator vive dos dois lados: na frente e atrás das câmeras, como diretor. Escolha, que segundo ele, aconteceu naturalmente, já que começou no teatro amador, no Tablado (RJ), ainda com 13 anos. "Na época eu podia experimentar fazendo meus esquetes. Sempre experimentei. Sigo a linha de trabalho do meu pai (Sérgio Thiré), a minha maior escola. Ele dirigiu TV além de teatro. Então, sempre olhei o modo dele trabalhar e comentar. Comecei a experimentar e fui gostando, me apaixonado", explicou.


Miguel Thiré (Foto: Divulgação)

As funções, no entanto, podem ser conflitantes. Como deixar o diretor para trás quando está sob o comando de outro profissional? Para Miguel, o jeito é esquecer o seu outro lado e deixar o ator entrar em cena 100%. "É como se fossem dois seres diferentes. Dentro de mim, quando estou fazendo um, preciso esquecer o outro", disse ele, que continuou: "sendo um ator que também dirige, na hora de atuar, o maior exercício é desligar o diretor. Senão o olhar fica muito crítico e você se entrega pouco. São as maiores questões que já passei até hoje com esse jogo de trocar de lado". De acordo com ele, nessas horas, o melhor a fazer é "respeitar o que o cara está querendo fazer e embarcar na do diretor".


Aos 31 anos, o ator tem um vasto currículo, já que, profissionalmente, começou aos 17 no espetáculo Tango, Bolero e Cha Cha Cha, já passou por Malhação (2000), pelo cinema como no longa-metragem O Inventor de Sonhos (2013) e na série de sucesso da GNT Copa Hotel, que teve a sua segunda temporada exibida no final do ano.


Aliás, foi depois de Malhação, folhetim desejado por muitos jovens atores na época, que Miguel decidiu dar uma pausa na carreira. "Foi o único trabalho longo que eu tinha feito na Globo. Terminou em 2003 e eu quis viver uma experiência diferente. Aprimorar o inglês e conhecer a Europa. Morei em Londres por um ano. Viajei muito, fiz curso de teatro durante um semestre, que foi fantástico. Me joguei no mundo, cresci muito e conheci muitas coisas. Foi um ano que valeu por três", contou.


Para pagar os seus gastos extras, Miguel trabalhou como garçom. "Eu queria viver a experiência em todos os sentidos: de morar na Europa, de entender como funciona aquele continente e um país tão bem estruturado como a Inglaterra. Além disso, o quão mestre eles são nas artes cênicas. Para sobreviver, é claro, resolvi fazer o que muitos brasileiros fazem que é ter um trabalho paralelo para pagar as contas e lá eles pagam muito bem", revelou.


De acordo com o ator, um fato curioso é que ele foi reconhecido por alguns outros funcionários do mesmo restaurante, que não acreditavam no que viam. "Eles perguntavam: 'Rapaz, porque você largou a televisão?' e eu falava: 'não larguei, vim de férias e dizia que tava vivendo uma experiência', disse o Miguel às gargalhadas ao relembrar do tempo.


"O que mais me valeu, é que eu não levava o menor jeito para ser garçom. Eu fiz muito mal aquele trabalho. Derramei garrafa de vinho tinto nos clientes. Era muito ruim. Eu percebi o quanto gostava do meu trabalho e o quanto eu tinha prazer de fazer a minha profissão, e no meu País."


Miguel Thiré (Foto: Divulgação)

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