Desde os primórdios da arte teatral, a figura do palhaço aparece. Com o intuito de divertir as pessoas, os palhaços, normalmente, usam muita maquiagem e fazem piadas junto com um jeito desengonçado. Porém, não é todo mundo que acha esse personagem divertido. Aliás, muita gente tem até coulrofobia.
A coulrofobia é o medo de palhaços. Quem tem isso pode vir a sentir um grande desconforto com a imagem desse personagem. Inclusive, há pessoas que chegam a sentir ansiedade, a suar excessivamente e até a sentir o coração acelerado.
Essa fobia pode vir a se apresentar na infância, na adolescência ou na vida adulta. Contudo, para se ter coulrofobia, a pessoa tem que ter vivido alguma experiência traumática, ou ter sido exposto a situações desagradáveis que envolvam a figura do palhaço.
Mesmo que o objetivo desse personagem seja divertir a plateia, existe uma memória inconsciente coletiva de que palhaços são seres malignos. Sobretudo, na história da humanidade, existem vários relatos de palhaços macabros.
Ou você vai dizer que não conhece pelo menos uma história macabra com eles?
A popularização do palhaço-macabroCulturalmente, tem-se registro dessa figura tragicômica em civilizações muito antigas, como Egito antigo e Europa medieval. A princípio, os palhaços serviam apenas para entreter. Eles eram o famoso “bobo da corte” e foram até usados nas obras de Shakespeare. Esse autor usou da teatralidade e do alívio cômico dos palhaços para escrever Macbeth (1606), Antônio e Cleópatra (1607) e Hamlet (1609).
Contudo, foi o britânico Joseph Grimaldi a ser o primeiro palhaço a surgir nos palcos circenses, em 1820. Ele usava maquiagens, perucas e roupas de cores muito fortes. Muitas pessoas que assistiam seus espetáculos e conviviam com ele relatavam sentir um grande desconforto.
Em suma, seus adereços lembravam machucados e sujeiras. Grimaldi também tinha uma má fama por ser depressivo e abusador com os filhos. É neste ponto que surge a ideia de que toda a maquiagem de alegria esconde uma figura assustadora. Com Grimaldi, as pessoas começam a ligar a figura do palhaço ao sentimento de desconfiança e, consequentemente, o do medo do desconhecido.
De lá para cá, outras histórias ruins aconteceram ou foram criadas envolvendo a figura do palhaço. A própria história de Grimaldi inspirou Charles Dickens a escrever The Pickwick Papers (1837) onde o protagonista é cômico e horripilante ao mesmo tempo.
Outro exemplo é o maior inimigo do Batman, o Coringa. E o personagem clássico do livro It de Stephen King, o assustador Pennywise. O personagem de Stephen, inclusive, foi inspirado no assassino em série John Wayne Gacy. John viveu nos Estados Unidos e usava uma fantasia de palhaço para sequestrar e matar meninos. Ao total, ele assassinou 33 homens.
Sobretudo, essa popularização da imagem negativa de palhaços, de que eles nunca são o que parecem ser, criou essa memória ruim no inconsciente da humanidade vindo a despertar a coulrofobia.
Contudo, existe tratamento para quem enfrenta essa fobia. Em suma, a pessoa pode procurar fazer terapia e hipnose. Sobretudo, essas técnicas ajudam a dissociar da imagem dos palhaços um sentimento ruim. Quem sofre de coulrofobia pode vir a sentir bem estar e a conviver com a figura desse personagem.
Após um período de tratamento é totalmente possível que o coulrofóbico consiga consumir a imagem de palhaços novamente. No entanto, é importante respeitar o seu tempo e as suas limitações.
Se você quiser se aprofundar no assunto, leia também: Palhaços – Por que algumas pessoas têm medo deles?
Fonte: EstarSaudeMental MinhaVida RevistaGalileu
Essa matéria Coulrofobia, o que é? Como a fobia se desenvolve? Tem tratamento? foi criada pelo site Segredos do Mundo.
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