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Mãe inventa doenças para a filha e enfrenta um destino trágico

Dee Dee Rose Blanchard e sua filha Gypsy eram inseparáveis. Todo o tempo de Dee Dee era dedicado aos cuidados de Gypsy, que sofria com inúmeras doenças. Mas essa história que parece um belo exemplo de amor entre mãe e filha teve um desfecho trágico

*Estagiária do R7, sob supervisão de Filipe Siqueira

Quando perguntada a respeito dos problemas de saúde de Gypsy, a mãe listava as mais variadas complicações, que incluíam anomalias cromossômicas, distrofia muscular, epilepsia, asma severa, apneia do sono... a lista nunca tinha fim

Essa parece ser uma história de amor e superação, como todos ao redor de ambas acreditavam que fosse

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Mas tudo mudou em junho de 2015, quando essa mensagem foi postada no perfil de Dee Dee, "A vadia morreu!"

O corpo de Dee Dee foi encontrado em seu quarto, com múltiplos cortes e já em decomposição. Com Gypsy desaparecida, o mistério começou a tomar forma

Uma amiga próxima de Gypsy procurou a família para contar o pouco que sabia: a garota tinha um namorado secreto que conheceu pela internet através de uma conta falsa, já que sua mãe não aprovava relacionamentos

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 Ele era Nicholas Godejohn, de 24 anos e morava em Wisconsin

A polícia foi até a casa de Nicholas, que se rendeu. Gypsy estava lá, mas não se parecia em nada com a filha doente de Dee Dee

 Inclusive, andava livremente, sem estar na sua típica cadeira de rodas

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Rod Blanchard, o pai de Gypsy, contou que ela nasceu saudável e foi a mãe que se convenceu (e a todos ao redor) que a menina era doente e precisava de cuidados especiais

Uma série de mentiras se desenrolou durante a vida de Gypsy. A cadeira de rodas, a careca, os tubos de oxigênio, absolutamente TUDO era fruto do delírio de Dee Dee, que forçava a filha a fingir que era doente

Elas receberam ajudas de programas de caridade como o Make-A-Wish, ganharam viagens gratuitas para a Disney World e até apareceram na televisão

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Mas, nessa altura do campeonato, Gyspy não conseguia narrar os fatos com clareza e não era possível determinar os remédios que ela tomou ao longo dos anos. Aos poucos, tantos medicamentos acabaram criando problemas reais, como a perda de dentes

Os médicos suspeitaram que Dee Dee tinha síndrome de Münchausen: um transtorno que faz com que a pessoa finja sintomas físicos e psicológicos para obter atenção e simpatia

O assassinato foi planejado pelo casal: ela foi condenada a pena mínima por homicídio (10 anos), e Nicholas foi condenado a prisão perpétua, por ter cometido de fato o crime

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“Acho que ela teria sido a mãe perfeita para alguém doente de verdade. Mas eu não sou doente. É uma diferença bem grande”, diz ela. Gypsy não tinha nem a noção exata da própria idade na época dos fatos

O crime foi o modo que Gypsy encontrou de se livrar de uma vida de abusos que sofreu ao lado da mãe, que a impedia de ter amigos e uma vida normal como qualquer outra pessoa

Dee Dee usava abuso físico para controlar sua filha, sempre segurando sua mão em público. Quando ela dizia algo que sugeria que não estava doente, Dee Dee apertava sua mão em sinal de desaprovação

Sua mãe raspava seu cabelo constantemente para parecer que ela estava fazendo quimioterapia

Uma casa com acesso via rampa foi construída para elas pela ONG Habitat for Humanity

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Apesar de presa, Gypsy já deu declarações em que diz que se sente mais livre agora, sem a mãe, e assume a responsabilidade pelo acontecido

Essa história toda se tornou até um documentário chamado The Act, tamanho foi o choque causado pelo crime nos Estados Unidos

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