O Reino de Gana foi fundada pelo povo soninquê. Esse povo começou a se organizar em comunidades agricultoras estáveis que se uniram, principalmente, por conta dos ataques de tribos nômades. Já no século IX, os soninquês tinham se tornado altamente organizados. Conquistaram outras tribos para formar um império poderoso. Chamaram de império Wagadu, mas outros povos o chamaram Gana porque “gana” era o título do rei.
O reino de Gana foi a principal potência econômica e militar da África Ocidental, no século VII. O reino enriqueceu explorando o comércio de marfim e ouro. Por certo, o Reino de Gana ficava na região oeste da África, na área que compreende hoje o Mali e o sul da Mauritânia, fazendo divisa com o imenso deserto do Saara. Desde já, percebemos a instigante história de um reino que prosperou mesmo não possuindo saídas para o mar e estando próximo a uma região considerada economicamente inviável. O reino de Gana não estava ligado ao país atualmente chamado República de Gana.
Gana ficou conhecida pelos viajantes estrangeiros como ”país do ouro”. Uma vez que a captação de ouro e metais preciosos dos territórios dominados pelo reino, transformou-se na principal atividade econômica da região. O ouro era proveniente das fabulosas minas de ouro de Bambuk e Buré, ao sul de Gana. Entretanto, a localização exata dessas minas foi mantida em segredo por séculos.
Contudo, a produção do ouro também era usada para desenvolver outras atividades econômicas. Como por exempo, a tecelagem, a ferraria e a produção agrícola. No comércio de Gana, todas as mercadorias pagavam 1 dinar de ouro (cerca de 4g) ao entrar em seus territórios, e dois dinares, à saída.
As capitais de GanaSegundo Al-Bakri (geógrafo árabe do século X), o reino de Gana possuía duas capitais: Kumbi Saleh e Gaba ou Al-Ghana.
Kumbi Saleh, localizada á 340 km ao norte da atual Bamako, no Mali, era habitada por mercadores ricos de várias etnias africanas. Pesquisas apontam que haviam cerca de 15 e 20 mil habitantes.
Já Gaba (ou Al-Ghana) servia de residência real. Nessa capital ficava a residência do “gana” e de sua corte e sacerdotes. Aos arredores da residência, tinha um bosque, onde ficavam os túmulos reais e onde eram realizados os rituais religiosos. Este local se tornou sagrado, e consequentemente, proibido aos forasteiros. Até hoje, a localização exata de Gaba é desconhecida pelos pesquisadores, pois não foi localizada pelos arqueólogos.
África – História, características do continente, países, população e idiomas × Declínio do Reino de GanaO reino de Gana começou a sentir os primeiros sinais de sua crise com o esgotamento das minas de ouro. Uma vez que essas minas sustentavam a sua economia. Além disso, no século XI, o reino de Gana sofreu ataques dos Almorávidas, dinastia muçulmana, a fim de impor pela força das armas a ”verdadeira” fé aos infiéis. Por volta de 1076, Kumbi Saleh, foi tomada pelos almorávidas. Apesar de os almorávidas governaram apenas por um curto período, mas causaram um prejuízo permanente ao império. Todavia, eles interromperam as rotas comerciais e destruíram lavouras com seus rebanhos de animais de pastagem.
Rompendo a unidade do reino que a partir de então ficou dividido numa parte Norte muçulmana, comandada pelos almorávidas, e uma parte Sul, comandada pelos soninques, onde se refugiaram os não muçulmanos.
Posteriormente, em 1203, ocorreu um segundo saque. Contudo, a devastação arruinou o reino de Gana que nunca mais conseguiu recuperar seu antigo poder. Afim de evitar novos ataques muçulmanos e se protegerem, a população de Gana converteu-se ao islamismo.
Contudo, a decadência aprofundou-se, caravanas passaram a se desviar das rotas que passavam por Gana, além disso houve diversas revoltas internas que esfacelaram o país do ouro.
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Fontes: História do Mundo, Mundo Educação, Ensinar História, Escola Britannica.
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