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Cubismo – Origem, características, principais obras e artistas

O cubismo foi uma vanguarda artística europeia que surgiu no início do século XX. Essa vanguarda é considerada um dos movimentos mais influentes desse período, pois rompeu com os modelos estéticos que só valorizavam a perfeição das formas.

Trata-se de um movimento artístico revolucionário, cuja principal característica é a observação da realidade sobre diferentes perspectivas, envolvendo a geometrização das formas e a ruptura com a representação verossímil dos objetos.

No entanto, não chegavam à abstração, pois as imagens representadas ainda permaneciam figurativas, ou seja, ainda eram reconhecíveis.

Sendo assim, na matéria de hoje iremos falar sobre o cubismo, um dos movimentos mais influentes do século XX.

Origem do Cubismo

As mudanças provocadas pela Segunda Revolução Industrial, em meados do século XIX, transformaram a entrada do século XX. Sendo assim, essas mudanças deram origem a um novo modo de vida, instigando os artistas a propor também uma nova maneira de representação da realidade.

Portanto, o cubismo originou-se na obra de Paul Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano.

Dessa maneira, o marco do cubismo foi em 1907, com a tela Les Demoiselles d’Avignon (As damas d’Avignon), do pintor espanhol Pablo Picasso. Além disso, o pintor e escultor francês Georges Braque também foi fundador do movimento cubista.

Conhecimento Científico
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Tela Les Demoiselles d’Avignon (As damas d’Avignon), do pintor espanhol Pablo Picasso.
Fonte: ResearchGate

Sendo assim, Braque e Picasso, seguindo a lição de Cézanne, deram inicio à geometrização dos elementos da paisagem. Braque enviou alguns quadros para o Salão de Outono de 1908, onde o crítico Louis Vauxcelles comentou: “Ele despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos”. Desse modo, dias depois, no Gil Blas, daria o nome ao movimento.

Assim sendo, o cubismo surge inicialmente como um movimento estético parisiense, que acabou popularizando-se por toda Europa e Américas, inaugurando nova maneira de fazer arte, em resposta ao novo modo de viver estabelecido no início do século XX.

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Origem do Cubismo no Brasil

A influência das vanguardas europeias foi importada ao Brasil durante os anos de 1912 e 1917, culminando, em 1922, na Semana de Arte Moderna de São Paulo.

No entanto, somente após a Semana de Arte Moderna é que o movimento cubista irá ganhar força no Brasil.

Tarsila do Amaral, célebre artista da Primeira Fase do Modernismo brasileiro, denomina-se cubista em 1923, em entrevista ao jornal Correio da Manhã: “Estou ligada a esse movimento que tem produzido efeitos nas indústrias, no mobiliário, na moda, nos brinquedos, nos 4 mil expositores do Salão de Outono e dos Independentes”.  Em suas obras, notamos a influência dessa vanguarda europeia pelo uso das formas geométricas.

Conhecimento Científico
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Tela São Paulo, da pintora Tarsila do Amaral.
Fonte: Picturing the Americas

Além disso, ainda nas artes plásticas, vale ressaltar os trabalhos de outros artistas brasileiros: Anita Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti.

Já a literatura cubista no Brasil teve como destaque as obras dos escritores: Oswald de Andrade, Raul Boop e Érico Veríssimo.

Características do Cubismo

O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Desse modo, ao olharem para uma cadeira, por exemplo, representavam na pintura por diferentes ângulos: de cima, de baixo, de lado ou de cabeça para baixo.

Embora os temas das pinturas cubistas tenham sido temas convencionais como autos-retratos e natureza morta, o modo como os artistas desse movimento representavam sua visão dos objetos era considerado muito ousado, pois rompia como a perspectiva tradicional e a linha de contorno.

Sendo assim, ao romper com a perspectiva consagrada das linhas de contorno, a natureza passa a ser retratada simplificadamente.

Isso permite maior abstração sobre os atributos estéticos da obra, ao mesmo tempo em que recusa a ideia de arte enquanto pura imitação da natureza. Sobre isso, Georges Braque afirmou: “Não se imita aquilo que se quer criar”.

Além disso, vale citar que este estilo abandona distinções entre forma e fundo ou qualquer noção de profundidade.

Em conclusão, no plano conceitual, o cubismo pode ser considerado como uma arte que privilegia o exercício mental como maneira de expressão das ideias.

Conhecimento Científico
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Fonte: Laart Art

Fases do Cubismo

O cubismo é dividido em três fases, a seguir vamos conhecer cada uma delas.

Cubismo Analítico (1909)

Essa fase analítica tem como característica a total decomposição dos objetos representados. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos. Desse modo, procurando a visão total da figura, examinando-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela.

Entretanto, muitas vezes essa ênfase na destruição das formas aparentes tornou praticamente impossível reconhecer qualquer figura nos quadros desse período.

Além disso, essa fase caracterizou-se pela cor moderada, acentuando-se tons de marrons, pretos, cinzas e ocres. Tal escolha das cores se deu pois o mais importante era a exibição do tema fragmentado, disposto em todos os ângulos possíveis.

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Tela Violino e Castiçal, de Braque.
Fonte: Pinterest Cubismo Sintético (1911)

Essa fase sintética surgiu em reação à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Sendo assim, nesse momento ocorre uma redução na fragmentação dos objetos, e assim tornando as figuras novamente reconhecíveis.

Sendo assim, insere-se então a técnica da colagem: outros materiais, como pedaços de jornal, de madeira, de vidro e até mesmo objetos inteiros, passam a fazer parte da pintura.

Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.

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Tela Homem no Café, de Juan Gris.
Fonte: O cru e o Maltado

Cubismo na Literatura

Os escritores cubistas buscaram procedimentos semelhantes aos dos artistas plásticos, para também reformular a prática literária. Levaram para o texto a fragmentação, a colagem e a recriação dos objetos representados por meio de metáforas e analogias.

Sendo assim, na poesia, a expressão do verso livre, de métrica irregular e muitas vezes sem pontuação, estrutura-se de modo geral em recortes, em fragmentos de cenas e frases que formam o todo.

As múltiplas perspectivas encontram-se também no plano textual, de modo que o escritor não deve descrever pormenorizadamente a realidade, mas captar e validar os diversos pontos de vista a respeito das coisas.

Além disso, poetas e prosadores cubistas fazem uso da técnica da colagem por meio da combinação de palavras: cada uma trazendo uma imagem, uma ideia, diversas associações.

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Poemas do Guillaume Apollinaire.
Fonte: Sibila

A seguir, veja um exemplo da técnica de colagem na obra de Oswald de Andrade.

Hípica

Saltos records

Cavalos da Penha

Correm jóqueis de Higienópolis

Os magnatas

As meninas

E a orquestra toca

Chá

Na sala de cocktails

(Oswald de Andrade)

Sendo assim, é possível perceber que não há uma descrição pormenorizada. Contudo, há diversos fragmentos que representam uma perspectiva diferente, formando um quadro de sobreposições. Ou seja, traços tipicamente cubistas. Além disso, a ausência de pontuação permite também que a leitura seja feita de um só fôlego. Desse modo, aproxima esteticamente o poema da própria corrida de cavalos.

Principais Artistas do Cubismo

Os maiores representantes da pintura cubista foram:

Pablo Picasso (1881-1973); Georges Braque (1882-1963); Juan Gris (1887-1927); Fernand Léger (1881-1955); Diego Rivera (1886-1957).
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Tela Mulher Chorando, de Pablo Picasso.
Fonte: História das Artes

Além disso, os maiores representantes da escultura cubista foram:

Raymond Duchamp-Villon (1873-1918); Constantin Brancusi (1876-1957).
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Escultura abstrata de Raymond Duchamp-Villon.
Fonte: Pinterest

E por último, os principais escritores com influência do cubismo foram:

Guillaume Apollinaire (1880-1918); Jean Cocteau (1889-1963); Oswald de Andrade(1890-1954); Érico Veríssimo(1905-1975); Raul Bopp (1898-1984).
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Poema cubista de Guillaume Apollinaire.
Fonte: Antonio Miranda

Desse modo, após saber tudo sobre esse movimento artístico revolucionário, saiba também sobre outro movimento, o Futurismo.

Fontes: Toda Matéria, História das Artes, InfoEscola, Brasil Escola

Fonte Imagem Destaque: Arte e História

Essa matéria Cubismo – Origem, características, principais obras e artistas foi criada pelo site Conhecimento Científico.

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