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Complexo de Golgi – O que é, história, funções e estrutura

Complexo de Golgi ou Aparelho de Golgi, é uma estrutura das células eucarióticas que possui um papel muito importante no organismo dos seres vivos.

O termo é uma homenagem ao italiano Camillo Golgi, pois foi descoberto em 1898 por Golgi nas células nervosas. Mais tarde, nos finais da década de 1950, com o auxílio da microscopia eletrônica, conclui-se que existia virtualmente em todas das células eucariotas.

É composto de discos membranosos achatados e empilhados, de forma regular, e por pequenas vesículas. Sua função primordial é a secreção de proteínas ribossomáticas. Além disso, origina os lisossomos e os acrossomos dos espermatozoides.

Funciona, portanto, como uma espécie de sistema central de distribuição na célula.  Assim atuando como centro de armazenamento, transformação, empacotamento e remessa de substâncias.

Estrutura do complexo Golgi

A aparência do complexo de Golgi varia de espécie para espécie mas possui estruturas básicas: os dictiossomas. Cada dictiossoma é composto por grupos de sáculos ou cisternas membranosas achatadas e empilhadas de forma regular, e por pequenas vesículas.

Nessas cisternas, dispostas como uma pilha, existem diferentes enzimas, as quais variam de acordo com a posição da cisterna no complexo.

O complexo golgiense é uma estrutura polarizada, apresentando duas faces: a face cis e a face trans, sendo elas:

A face cisou face de formação, é uma superfície convexa. É local responsável por receber as vesículas provenientes do Retículo Endoplasmático (RER). Nela, as vesículas provenientes do RER fundem sua membrana e liberam seu conteúdo. A face transou face de maturação, tem relação direta com o Retículo Endoplasmático Liso (REL). É a face côncava e é a responsável por gerar vesículas, e está virada para a membrana plasmática.
Conhecimento Científico
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Estrutura de um dictiossoma.
Fonte: Doc Player

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Função do complexo de Golgi

Como visto anteriormente, o complexo golgiense é uma organela relacionada com a produção, processamento, empacotamento e endereçamento de uma série de substâncias no interior da célula.

Sendo assim, ele está envolvido na síntese de proteoglicanos. Está presente na matriz extracelular das células animais, de carboidratos, no transporte de lipídios e na produção de lisossomas e glicoproteínas.

Algumas das proteínas sintetizadas no RER são transportadas até ao complexo de Golgi em vesículas de transporte, onde sofrem transformações permitindo que algumas proteínas se tornem funcionais e/ou algumas enzimas sejam ativadas.

Desse modo, após terem sofrido as várias transformações ao longo das cisternas do complexo de Golgi no sentido cis-trans, as proteínas são envolvidas em vesículas que se formam na face de maturação do complexo, as vesículas de secreção ou lisossomas.

Outra função do complexo de Golgi é a formação do acrossomo que se localiza na cabeça do espermatozoide.

O acrossomo é o resultado da fusão de vários lisossomos formando uma grande vesícula, que contem enzimas digestivas para auxiliar na perfuração da membrana do óvulo.

Conhecimento Científico
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Observe o complexo de Golgi entre o retículo endoplasmático (RE) e a membrana plasmática.
Fonte: InfoEscola

Como as substâncias movem-se através do complexo de Golgi?

Atualmente, considera-se que o complexo golgiense é mais complexo e mais dinâmico do que se acreditava. De acordo modelo de maturação de cisterna, as cisternas também sofrem uma espécie de maturação.

As vesículas movem-se do RE para o complexo Golgi e fundem-se nas cisternas cis. A cisterna então se move da direção cis trans, modificando, durante esse processo, o produto encontrado em seu interior.

Sendo assim, são formadas vesículas que saem do complexo golgiense carregando os produtos para outros locais de secreção.

No modelo de maturação de cisterna, considera-se ainda que algumas vesículas podem ser liberadas e voltar para regiões menos maduras. Essas vesículas são responsáveis pela reciclagem de enzimas.

Conhecimento Científico
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Observe as cisternas que formam o complexo de Golgi e a face cis e trans dessa organela.
Fonte: Brasil Escola

E se o complexo de Golgi não funcionar?

Se o aparelho de Golgi não exercer suas funções de modo correto, poderá resultar consequências significativas aos seres vivos. Isso porque comprometerá etapas importantes no organismo, como a relação entre ele e o retículo endoplasmático, com o sistema endossomo-lissomo e com membrana plasmática.

A doença de Wilson pode ser resultado dessas funções que não foram exercidas, pelo fato da retenção de proteínas. A distrofia muscular de Duchenne e a síndrome de Aarskog também podem ser resultado disso, devido a redução do transporte do Golgi.

Falhas no processo de glicosilação podem resultar no enovelamento incorreto de proteínas, na impossibilidade de reconhecimento de células, na instabilidade ou na falta de variabilidade proteica, além de tornar o organismo potencialmente mais suscetível a infecções bacterianas. Assim, diversos processos celulares que dependem da estabilidade das proteínas e da comunicação intracelular e intercelular podem ser afetados.

Portanto, todas essas falhas podem causar sérias consequências, como suscetibilidade a doenças, malformações, morte celular ou falência de órgãos.

Vale lembrar que, no Sistema Nervoso Central, há secreção, processamento de moléculas e tráfego de vesículas acontecendo a todo momento. Assim, sinapses neuronais que dependem desses mecanismos são altamente prejudicadas.

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Distrofia muscular de Duchenne que pode ser causada pela falha do complexo de Golgi.
Fonte: TDATEO

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Fonte Imagem Destacada: Realize Educação

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