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Estudo revela segredo da força de besouro quase indestrutível

Você não conseguirá matar esse besouro pisando em cima dele
Você não conseguirá matar esse besouro pisando em cima dele Reprodução/Universidade da Califórnia

Nosoderma diabolicum é um dos seres mais notáveis da natureza. Frequentemente resiste a ser predado por pássaros, lagartos e roedores por causa de sua força e resistência. Esse besouro também é capaz de sobreviver após ser atropelado por um carro.

Pelos cálculos dos cientistas, esse inseto é capaz de aguentar cerca de 39.000 vezes o peso dele — para efeito de comparação, um ser humano de 75 kg precisaria suportar 2.925 toneladas, ou mais de cinco vezes o peso do petroleiro Knock Nevis totalmente carregado, o maior objeto móvel já construído pelo homem.

Agora, cientistas afirmam ter encontrado a fórmula da resistência dos Nosoderma, esse besouro quase indestrutível da família Zopheridae.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, liderados por Jesus Rivera. Eles publicaram os resultados de um estudo sobre a estrutura do animal na revista Nature, em outubro de 2020.

Para começar, o Nosoderma (vamos chamá-lo assim) não voa, o que facilita as coisas. Como é essencialmente terrestre, o corpo do animal pode ser totalmente plano e achatado, o que permite a resistências a pisões.

Além disso, o exoesqueleto também resiste a perfurações. Os cientistas que o estudaram tiveram dificuldades de perfurar a couraça dele para fazer uma exposição.

Segundo o estudo, a resistência dele se deve a dois fatores principais: a capacidade de se fingir de morto de forma convincente e a incrível engenharia do exoesqueleto dele, uma das estruturas mais resistentes a esmagamentos da natureza.

A estrutura de proteção do animal é composta de éltra e quitina. Em besouros voadores, a éltra é fundamental para proteger as asas quando eles não estão voando. Como o Nosoderma não voa, a éltra evoluiu para se tornar um material extremamente resistente e sem mobilidade.

Além disso, a sutura medial — aquela linha que divide o abdômen dos besouros ao meio — dessa espécie é extremamente encaixada, como um quebra-cabeça, conferindo ainda mais resistência.

O exoesqueleto do besouro também utiliza uma técnica chamada delaminação, que permite uma lenta separação entre as camadas de proteção em caso de pressão excessiva.

Em outras palavras, a estrutura de proteção dos besouros se desgasta aos poucos, com pequenas fissuras, dissipando a energia de impactos, ao invés de quebrar de uma vez, como um galho de árvore.

"Este trabalho mostra que podemos deixar de usar materiais fortes e frágeis para outros que podem ser fortes e resistentes, dissipando energia à medida que se quebram", afirmou Pablo Zavattieri, engenheiro civil da Universidade Purdue, em comentário sobre o estudo.

Pablo e outros engenheiros acreditam que os detalhes sobre essas descobertas darão uma melhor compreensão da resistência, vindas da natureza e com a possibilidade de aplicação na construção.

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