Normalmente, amor e paixão são associados ao coração, mas o cérebro apaixonado também apresenta várias reações sintomas peculiares. Do ponto de vista cerebral, inclusive, existem efeitos extremos durante a paixão.
Segundo o neurocientista e professor Pedro Calabrez, as emoções típicas de um apaixonado podem provocar estados mentais semelhantes aos de uma “demência temporária, hipermotivacional, com características de estresse, obsessão e compulsão”.
Porém, esses efeitos passam por diferentes estágios, com diferenças para estados iniciais de paixão até o amor consolidado.
Paixão e vício
A princípio, o cérebro apaixonado apresenta reações semelhantes às de vício em algumas drogas. De acordo com um estudo feito no departamento de psicologia da State University of New York, recém apaixonados demonstravam áreas de recompensa do cérebro com muita atividade.
Os exames de ressonância magnética mostraram que a liberação de dopamina na região ativa a sensação de prazer da mesma maneira que faz em situações de vícios. Sendo assim, é possível comparar o cérebro de um apaixonado com o de um viciado em nicotina, heroína, cocaína, álcool ou outras drogas.
Da mesma maneira, a paixão também desperta efeitos negativos similares ao da dependência química. Entre eles, por exemplo, é possível citar sintomas de necessidade, desejo e abstinência.
Cérebro apaixonado… ou louco?
É muito comum associar sintomas de paixão à loucura, seja pelo bem ou pelo mal. Isso acontece porque o cérebro apaixonado inibe a atividade do córtex pré-frontal. A área é responsável por controlar a impulsividade e promover a racionalidade.
Da mesma maneira, a amígdala tem seu funcionamento afetado. Ligada ao logo temporal do cérebro, ela também ajuda no controle do bom senso e nas tomadas de decisões. Isso significa que, durante a paixão, é normal que o indivíduo não pense nas consequências de seus atos, ou seja, comete mais loucuras.
Outros estudos também revelaram que os sintomas da paixão envolvem aumento de cortisol e redução de serotonina no corpo. Como o cortisol é responsável pelo estresse e a serotonina pela calma, isso significa reações parecidas com a de pacientes com transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Isso explica porque algumas pessoas apaixonadas demonstram comportamento de obsessão, muitas vezes perigoso e abusivo.
Além disso, o cérebro apaixonado também produz mais doses de hormônios como dopamina adrenalina, epinefrina e norepinefrina. O grupo é responsável por promover a excitação sexual e a felicidade.
Amor
Apesar de gerar reações incomuns, o cérebro apaixonado não fica nesse estado por muito mais que um ou dois anos. Logo após o primeiro ano de paixão, o crescimento neural já retoma estados de normalidade, com o reestabelecimento da produção de serotonina. A partir daí, então, a sensação de bem estar e confiança ganha mais força na relação.
Nesse período, hormônios como oxitocina também são liberados no corpo. Sendo assim, ele ajuda na formação de vínculos duradouros, fortalecendo a relação. O mesmo hormônio é liberado, por exemplo, em relações sexuais ou durante o parte.
Ainda que o amor duradouro tenha menor intensidade, também tem efeitos no cérebro. Em relacionamentos satisfatórios, o sistema de recompensa pode ser mantido por anos, mesmo com a redução da euforia inicial.
Em relacionamentos mais longos, por exemplo, neurotransmissores ativados no cérebro apaixonado ainda podem ser ativos. Entretanto, é comum que eles sejam liberados em outras partes, como naquelas ligadas diretamente à memória.
Fontes: Plenae, Viva Bem, Super, El País
Imagens: Austin Marriage, Success Yeti, Science Focus
Essa matéria Cérebro apaixonado – Principais efeitos e reações da paixão e do amor foi criada pelo site Segredos do Mundo.
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